28 de dezembro de 2015
21 de dezembro de 2015
UM NATAL DE SOLIDARIEDADE - JELSON DE OLIVEIRA
2015, COMO NENHUM OUTRO, FOI UM ANO DE CRIANÇAS MORTAS.
NÃO SÓ DAQUELAS QUE GANHARAM NOMES, ROSTOS, HISTÓRIAS, TRAGÉDIAS PRÓPRIAS.
UMA DELAS FOI AYLAN KURDI : SEUS TRÊS ANOS DESPERDIÇADOS NA AREIA FRIA DAQUELA PRAIA TURCA, DESPERTARAM O MUNDO POR UM INSTANTE, AINDA QUE TUDO PAREÇA TER CONTINUADO COMO ANTES.
EPIDEMIOLOGISTAS AFIRMARAM QUE CRIANÇAS SÃO 27% DOS MORTOS POR BORBARDEIOS NA GUERRA DA SÍRIA - NINGUÉM PARECE TER OUVIDO.
DEPOIS OUVIMOS FALAR DO HERINALDO VINÍCIUS DE SANTANA, DE 11 ANOS, EXECUTADO NUM BECO DO COMPLEXO DO CAJU, NO RIO DE JANEIRO, POR UM POLICIAL DA UNIDADE PACIFICADORA, ENQUANTO PRONUNCIAVA SUAS ÚLTIMAS PALAVRAS : 'QUERO MINHA MÃE' - NENHUMA FRASE (NA FORMA DE UMA DESEJO) SERIA MAIS CONTUNDENTE.
DEPOIS DELE, CONTUDO, OUTRAS CRIANÇAS CONTINUARAM A MORRER.
A MESMA MATERNIDADE QUE NÃO CHEGOU A TEMPO DE SOCORRO, NO RIO DE JANEIRO, CHOROU A MORTE DE THIAGO DAMASCENO SANTOS, DE 7 ANOS, LEVADO PELA LAMA CRIMINOSA DA BARRAGEM DA VALE/SAMARCO.
ELE NÃO FOI O ÚNICO.
OUTROS CORPOS INOCENTES FORAM SEPULTADOS PELOS DEJETOS DA MINERADORA :
ANA CLARA DOS SANTOS SOUSA, DE 4 ANOS
EMANUELE VITÓRIA E MATHEUS DIAS BATISTA, DE 5 ANOS
E O PEQUENO YURI DIAS BATISTA, DE 90 DIAS
ANTES DELES, NO RIO GRANDE DO SUL, AS IRMÃS INDÍGENAS CHAIANE SOARES LEME, DE 15 ANOS E TAÍS SOARES LEME, DE 9 ANOS E SUA PRIMA FRANCIELE DOS SANTOS SOARES LEME, DE 14 ANOS TIVERAM SUA INFÂNCIA CORTADA POR UM CAMINHÃO ENQUANTO ESPERAVAM O TRANSPORTE PARA IR À ESCOLA.
O MOTORISTA FUGIU SEM PRESTAR SOCORRO, ENQUANTO, DO OUTRO EXTREMO DO PAÍS, NO VALE DO JAVARI, OESTE DO AMAZONAS, OS GOVERNOS FUGIAM DAS RESPONSABILIDADES DIANTE DE VINTE CRIANÇAS INDÍGENAS DE ATÉ 1 ANO DE IDADE MORTAS DE DESNUTRIÇÃO, MALÁRIA E HEPATITE.
SUAS FOTOS NÃO EMOCIONARAM MUITA GENTE ... ELAS SÃO APENAS ALGUMAS DAS 165 MILHÕES DE CRIANÇAS DESNUTRIDAS QUE SE ARRASTAM NA PAISAGEM DO MUNDO EM NOSSOS DIAS, COM POUCA ATENÇÃO DOS SISTEMAS.
ESSA NOSSA MENSAGEM DE NATAL DEVERIA SER DE ALEGRIA.
FINALMENTE UMA CRIANÇA ESTÁ NASCENDO EM CADA ESQUINA, EM CADA ESTRADA, EM CADA NOVO ASSENTAMENTO ... E COM ELA, O MENINO JESUS VEM DE NOVO AO MUNDO ANUNCIAR SUAS ESPERANÇAS. A MENSAGEM DEVERIA SER DE ALEGRIA. MAS NÃO É.
O NATAL DAS LUZES E DOS PRESENTES NÃO PODE SUPLANTAR A DOR HUMANA DESSES INOCENTES E DE TODOS OS OUTROS, QUE CONTINUAM VÍTIMAS DA FOME, DA GUERRA E DA LAMA AR REDOR DO MUNDO. EM MARIANA, MUITAS CRIANÇAS ESTÃO FORA DE SUAS CASAS. NA GUERRA, MUITAS CRIANÇAS ESTÃO ÓRFÃS, VIVENDO EM CAMPOS REFUGIADOS OU ERRANDO PELA EUROPA EM BUSCA DE UM FUTURO.
NAS FAVELAS DO MUNDO, MUITAS DELAS CONTINUAM MORRENDO NAS MÃOS DA POLÍCIA.
AS CRIANÇAS DO JAVARI TAMBÉM PERMANECEM COM FOME.
NESSE NATAL, OU A FESTA SERÁ DE SOLIDARIEDADE COM ESSAS CRIANÇAS, OU NÃO SERÁ.
UMA CRIANÇA ANÔNIMA, REFUGIADA SÍRIA, PARECE NOS ENSINAR A LIÇÃO : ELA EMOCIONOU A POLÍCIA ALEMÃ AO DESENHAR SEUS DOIS MUNDOS : DE UM LADO O TERRAR DA DESTRUIÇÃO; DE OUTRO, A ESPERANÇA DA PAZ ...
INSPIRADOS PELO MENINO-DEUS QUE CHEGA E ESTÁ CONOSCO, E NOS HABILITA, E NOS APELA, VIVAMOS ESSE NATAL COM A SOLIDARIEDADE RADICAL DE QUEM ESCOLHE PARA A FESTA NÃO UM CONCEITO ABSTRATO, MAS UMA ATITUDE CONCRETA DE APOIO E SERVIÇO COM ESSES INOCENTES.
RECUPERAR O SENTIDO PLENO DO NATAL DEPENDE DISSO.
FAÇAMOS DESTE, UM NATAL DE SOLIDARIEDADE, PARA QUE ELE SEJA UM NATAL DE FELICIDADE !
CELEBREMOS A ESPERANÇA E NÃO A DESTRUIÇÃO.
PARA ISSO SÓ HÁ UM CAMINHO : A SOLIDARIEDADE.
SE FOR ASSIM, FELIZ NATAL !
JELSON OLIVEIRA - COORDENADOR DO CURSO DE FILOSOFIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ (PUC - PR)
3 de dezembro de 2015
03 DE DEZEMBRO - DIA INTERNACIONAL DAS PESSOAS COM DEFICIENCIA - ENTREVISTA MIRELLA PROSDOCIMO
ESTUDIO SOSSELLA ENTREVISTA MIRELLA PROSDOCIMO
HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
CONTE A SUA HISTÓRIA COM
RELAÇÃO AO ACIDENTE DE CARRO, QUE RESULTOU EM SUA TETRAPLEGIA
Foi em 1992, quando estava
voltando da praia após uma longa temporada de férias. Estava no banco do
passageiro, quando um motorista que estava dirigindo alcoolizado bateu na
traseira do nosso carro e com isso caímos de cima de um viaduto de uma altura
de aproximadamente 20 m. Com o choque, nosso carro capotou e eu fraturei a minha
coluna na altura do pescoço. Tive uma lesão medular bem alta e, portanto, perdi
todos os movimentos do pescoço para baixo.
Na época tinha apenas 17 anos
e não tinha a mínima ideia do que estava acontecendo. Demorei bastante tempo
para aceitar esta nova realidade e retomar a minha vida, pois imaginava que
esta era uma situação apenas temporária, que em breve voltaria com os
movimentos pelo menos dos braços.
Depois de quase 10 anos que tive
coragem de voltar a estudar e seguir com a minha vida. Fiz vestibular para Letras
na Universidade Tuiuti, mesmo sem acreditar muito que conseguiria seguir com os
estudos, mas fui muito bem recebida pelos colegas e professores e isso me deu ânimo
para seguir em frente.
Ao longo do curso participei
também de um intercâmbio nos Estados Unidos, para estudar sobre inclusão e
tecnologia assistiva e, a partir daí a mudança foi total. Percebi que mesmo sem
os movimentos poderia seguir com a minha vida e me sentir realizada. Hoje já
estou tão acostumada com essa situação de depender de outras pessoas para me
auxiliarem no cotidiano, desde tomar banho, me vestir, comer ou mesmo coçar o
rosto, que nem me lembro que eu não tenho movimentos na correria do dia a dia.
Simplesmente vivo e faço tudo que preciso e gosto de fazer, agora apenas com um
diferencial: preciso do apoio de outras pessoas.
Ainda bem que o ser humano tem
uma capacidade incrível de se adaptar a novas situações e eu me adaptei a minha
nova condição de depender de outras pessoas, mas acima de tudo compreender que
posso ter uma vida plena e completa desta maneira!
Hoje além de ter um trabalho
que me realiza, moro sozinha , tenho meu namorado que me faz feliz e inúmeros
amigos, sem falar do apoio da minha família que foi fundamental para conseguir
superar tantos desafios.
Hoje atuo na Secretaria
Especial dos direitos da Pessoa com deficiência da Prefeitura de Curitiba e com
isso tenho a oportunidade de conhecer outras realidades de pessoas com
deficiência, compreender suas necessidades e fazer o meu melhor para transformar
a cidade em um ambiente mais acessível e inclusivo. Fica muito mais fácil
quando temos um poder público sensível a causa que é o que ocorre hoje, tanto
com o próprio prefeito Gustavo Fruet como com os outros secretários, que já
compreenderam que a inclusão é necessária e que precisamos avançar a cada dia,
sempre pensando que na formulação das políticas públicas a pessoa com
deficiência precisa estar incluída. Hoje trabalhamos para que não tenhamos
espaços segregados, por exemplo, uma atividade de esporte apenas para as
pessoas com deficiência. Este público precisa estar incluído nas inúmeras
atividades oferecidas, levando em consideração suas características e
necessidades.
QUAL É O SEU TRABALHO NA PREFEITURA DE CURITIBA
Como já citado, procuramos desenvolver
políticas públicas inclusivas em parceria com os demais órgãos da Prefeitura.
Também, atendemos o público,
sobretudo as famílias e as pessoas com deficiência, para garantir os seus
direitos, por meio de orientação jurídica, sobre acessibilidade,
empregabilidade e os serviços oferecidos na cidade.
Além disso, gerenciamos um
serviço de transporte porta a porta – ACESSO – para pessoas com deficiência que
não conseguem utilizar o transporte comum, e uma Central de Libras para
facilitar a comunicação da comunidade surda.
Por fim, organizamos eventos,
campanhas, seminários para difunidr temas pertinentes à inclusão e reuniões com
a comunidade para divulgar nosso trabalho e promover o protagonismo.
COMENTE COMO É SER DEFICIENTE FISICO
Ser uma pessoa com uma
deficiência física é enfrentar diariamente inumeras barreiras, pois as cidades
ainda não estão preparadas para acolher pessoas que utilizam uma cadeira de
rodas para se locomoverem. Isso faz com que não consiga ter acesso a alguns
locais, seja por um desconhecimento, ma vontade ou mesmo falta de recursos
financeiros para viabilizar adaptações. Mesmo assim não deixo de fazer nada do
que eu gosto, apenas priorizo aqueles locais que estão preparados para me
receber. Fora a questão de acessibilidade arquitetônica, também enfrentamos o
preconceito em relação a nossa capacidade, pois ainda somos vistos como improdutivos
e incapazes na maior parte das vezes.
São essas as principais barreiras que precisamos enfrentar e lutar para
mudar essa visão ultrapassada, mas ainda tão presente nos dias de hoje.
PERDAS E GANHOS COM A SUA DEFICIENCIA FISICA
Perdas, sem dúvida diria que é
a independência, poder fazer as coisas por mim mesma sem necessitar deste apoio
24h do dia. Mas isto já é algo que se tornou natural para mim, aprendi a lidar
com essa situação e me adaptar, portanto isso já não gera mais um sofrimento
para mim, pois entendo que todo mundo enfrenta inúmeras dificuldades ao longo
da vida. Algumas vezes a pessoa pode não ter nenhuma limitação física, mas
estar limitada mentalmente e não conseguir sair do lugar. Eu apenas aprendi a
lidar com a minha situação e ao invés de pensar " oh como sou triste,
minha vida acabou ", olho pelo lado positivo, estou aqui e tenho inúmeras
possibilidades de auxiliar tantas pessoas que como eu, convivem com uma
deficiência, mas não tem a mesma condição , nem psicológica, nem financeira ou
de estrutura arquitetônica mesmo.
IDEIA E, OU MENSAGEM PARA UM POSSIVEL MUNDO MELHOR
Hoje, falamos cada vez mais de protagonismo, de valorização das
diferenças e de igualdade de oportunidades e condições para todas as pessoas
com deficiência.
Porém, sabemos que ainda temos muito o que conquistar, a caminhada é
difícil. Infelizmente, o preconceito, o assistencialismo e a pobreza ainda
fazem parte do nosso dia a dia e impedem que milhares de pessoas com
deficiência exerçam a sua cidadania, com a qualidade de vida que merecem e têm
direito.
Por isso estamos aqui, para acima de tudo mostrar para a sociedade que
somos cidadãos, com direitos e deveres, como qualquer outra pessoa, e que
precisamos derrubar as barreiras físicas e atitudinais a cada dia para
construir uma cidade mais humana, uma Curitiba que possa garantir a todos os
seus moradores, com e sem deficiência, uma vida digna e feliz.
Assim, deixo esse recado para todos. Cada um pode e deve colaborar para
essa construção. O poder público é o principal responsável, mas todos na
verdade são responsáveis – empresas, instituições, famílias, pessoas com e sem
deficiência. Todos devem fazer a sua parte.
1 de dezembro de 2015
DEZEMBRO
DEZEMBRO
DÉCIMO SEGUNDO, E ÚLTIMO MÊS DO ANO NO CALENDÁRIO GREGORIANO, TENDO A DURAÇÃO
DE 31 DIAS.
DEZEMBRO
DEVE O SEU NOME À PALAVRA LATINA DECEM (DEZ). DADO QUE ERA O DÉCIMO MÊS DO
CALENDÁRIO ROMANO, QUE COMEÇAVA EM MARÇO
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